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De força em força



“Vão indo de força em força” (Sl 84:7) 

Eles vão indo de força em força. Existem várias traduções para essa passagem, mas todas elas trazem a ideia de progresso. “Vão indo de força em força”, ou seja, eles crescem mais e mais fortes. Normalmente, quando estamos caminhando, vamos da força à fraqueza. Começamos descansados e em boas condições para nossa jornada, mas pouco a pouco, o caminho áspero e o sol quente nos fazem sentar à beira da estrada para só então continuarmos nossa cansativa viagem. 

No entanto, o peregrino cristão, recebendo refrescantes suprimentos da graça, é tão vigoroso, mesmo após anos de luta e penosa caminhada, como quando ele partiu. Ele pode não ser tão exultante e animado, nem tão ardente e rápido em seu zelo como antes, porém é muito mais forte em tudo aquilo que constitui o verdadeiro poder, e viaja, se mais devagar, com muito mais segurança. Alguns veteranos grisalhos têm sido tão firmes em sua compreensão da verdade, e tão zelosos em difundi-la, como eram em seus dias de juventude. 



Ah, infelizmente é preciso confessar que muitas vezes é o contrário, pois o amor de muitos esfria, e a iniquidade se multiplica (Mt 24:12), porém isso é o pecado deles próprios, e não falha da promessa, que se mantém válida: “Os jovens se cansarão e se fatigarão, e os moços certamente cairão; mas os que esperam no Senhor renovarão as forças, subirão com asas como águias; correrão, e não se cansarão; caminharão, e não se fatigarão” (Is 40:30-31). 

Espíritos nervosos sentam-se e se preocupam com o futuro. “Ah!”, dizem eles, “nós vamos de aflição à aflição”. É bem verdade, ó tu de pouca fé, mas também irás de força em força. Nunca encontrarás um feixe de aflição sem que haja graça suficiente ligada no meio dele. Deus dará a força da plena madurez aos ombros adultos conforme o fardo designado.

(autor C.H Spurgeon)

A aflição tem um caráter positivo!!


Foi bom ter sido eu afligido, para que aprendesse teus estatutos.
Salmos 119.71



Por C.H. Spurgeon
Foi bom ter sido eu afligido. Mesmo quando a aflição provenha de pessoas ruins, ela conduzia a fins benéficos; ainda que fosse prejudicial quando provinda de tais pessoas, para Davi ela era boa. Ele sabia muito bem que ela o beneficiava de muitas maneiras.

Quaisquer que fossem os pensamentos que lhe sobreviessem enquanto enfrentava a provação, ele tinha consciência de que era melhor assim. Não era bom ver os soberbos prosperando, pois seus corações se tornavam ainda mais sensuais e insensíveis; mas a aflição tinha um caráter positivo para o salmista.


Nosso pior nos é melhor que o melhor para os pecadores. Para os pecadores, a alegria se torna nociva; e para os santos, a tristeza é benéfica. Infindos benefícios nos têm sobrevindo através de nossas dores e tristezas; e no mais, permanece isto: que assim temos sido instruídos na lei.

Para que aprendesse teus estatutos. Nosso conhecimento e nossa observância destes estatutos nos vieram enquanto sentíamos os golpes da vara. Oramos ao Senhor para que nos instruísse (v. 66), e agora percebemos que ele já fez isso. Aliás, na verdade ele nos tem tratado bem, pois nos tem tratado de forma muito sábia. Temos sido guardados, através de nossas provações, da ignorância e de um coração seboso, e isso, se porventura não existisse nada mais, seria causa suficiente de constante gratidão. Ser engordado pela prosperidade não é saudável para a soberba; mas, em prol da verdade, ser instruído pela adversidade é saudável para a humildade. Mui pouco se tem a aprender sem aflição. Para sermos bons alunos, temos de ser bons sofredores. Como dizem os latinos: Experientia docet — a experiência ensina. Não há estrada regia para se aprenderem estatutos régios; os mandamentos de Deus são melhor lidos por olhos úmidos de lágrimas.


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