E se a pessoa-cacto não quiser mudar?

16:31 Irismar Oliveira 10 Comments

Como lidar com pessoas agressivas e autoritárias que não demonstram desejo de mudar e continuam ferindo?
No artigo anterior tentei mostrar que algumas pessoas são como cactos, cheias de “espinhos”,   agressivas no lidar com os outros. Escrevi que para ajudá-las, precisamos amá-las, perdoá-las, exercer compaixão para com elas. Mas, há um outro lado. E se elas não quiserem mudar e permanecerem duras, agressivas, autoritárias? Que fazer? Você pode ler o artigo: http://irismaroliveira.blogspot.com/2010/12/nao-julguemos-as-pessoas-podemos-ser.html
Jesus disse que aquele a quem pouco é perdoado, pouco ama. (Lucas 7:47) Podemos entender que esta pessoa perdoada necessita se tornar amável, permitindo que nos aproximemos dela sem medo de que ela soltará seus espinhos, por aprender a não mais ser um cacto que fere.
Nos grupos de Alcoólicos Anônimos há dois tipos de membros que adquiriram a sobriedade. Ambos pararam de beber qualquer bebida que contenha álcool, só por hoje. Mas um grupo parou de beber e parou nisto, sendo ainda com pessoas duras, às vezes agressivas e autoritárias. Outro grupo são dos que procuram ir além da sobriedade química, procurando o que chamam de “despertar espiritual” – a busca de vitória sobre defeitos de caráter, lutando consigo mesmos pedindo ajuda ao Poder Superior – Deus, para vencer o seu lado cacto espinhoso. E Deus sempre dá esta vitória para quem a quer.
Um primeiro passo para lidar com quem você vive ou trabalha e que não avança na direção da vitória sobre o lado espinhoso, pode ser aprender a lidar com ela de uma maneira mais diplomática, se protegendo, dando dois passos para trás no contato com elas, evitando discussões desnecessárias do que depender de você, e evitando atribuir o jeito delas de lançar espinhos como algo contra você. Em geral ela faz isto porque não está bem é com ela mesma.

Neste afastamento preventivo de desgaste emocional você permite à pessoa-cacto ser o que ela pode ser. Isto favorece mudança. Quando temos a liberdade de ser o que somos, podemos começar a ver que parte do que somos precisa de ajustes. Mas vamos considerar que a pessoa-cacto não aproveita a liberdade que damos (oposto de querer controlá-la e mudá-la) , não quer olhar para si, rejeita ajuda, nega ter problemas, e “levanta o nariz”. E agora?

Damos um segundo passo, ligado ao pensamento: “Tudo o que eu tenho de fazer é tirar as minhas mãos e abrir meu coração.” Abra seu coração e diga como se sente ferido(a) com as atitudes “cacto” da pessoa. Não é atacá-la, mas mostrar como atitudes dela machucam você. Mostre sua ferida e explique que dói e como dói. E se mesmo assim ela der desculpas, racionalizar, e se defender da percepção dos defeitos de caráter, jogando mais espinhos em você. Ufa! Cansa, né? Mas vamos lá. Que fazer?

Grupos de ajuda, como o Al-Anon (para amigos e familiares de alcoólicos), tem um lema que chama-se “desligamento afetivo com amor”. Este é o terceiro passo na busca de lidar com pessoas que tem comportamento que está machucando você, nega ter problemas, não procura mudar seu jeito ruim de ser, e não se torna amável.
Este desligamento não é deixar de ama. Significa que não posso fazer pelo outro aquilo que ele precisa fazer. Direciono minhas energias para coisas de minha vida, meu trabalho, minhas metas, e deixo a pessoa ser o que ela quer e pode ser. Admito que não posso controlá-la. Entendo que a solução do problema “cacto” dela não está nas minhas mãos resolver. Evito tentar mudá-la ou culpá-la, e me concentro em fazer o melhor para mim. Não tento concertá-la, mas dar apoio. Me importo por ela, mas não cuido dela como se fosse um bebê. Não fico no meio controlando os resultados, mas deixo que ela influa no seu destino. Evito ser superprotetor permitindo-a encarar a realidade. Você aprende a cuidar de si mesmo ainda que a pessoa que você ama escolhe não procurar ajuda para o problema pessoal dela. Você permite que ela aprenda com os erros dela.

Exemplo de “desligamento emocional” com amor, pode ser o de uma esposa de alcoólico que sempre que encontrava o marido bêbado, caído na porta do quarto do casal, urinado, fedendo, ela o arrastava até o banheiro, o lavava, e o colocava na cama limpinha. No dia seguinte ele não se lembrava nada do que havia feito e de como ela havia cuidado dele, voltando a repetir a mesma cena inúmeras vezes. Quando ela aprendeu o significado do desligamento, mudou sua atitude. Deixava o marido caído no chão do quarto, se estava no inverno frio o cobria com uma boa coberta, e deitava-se, dormindo bem. No dia seguinte, ao ele acordar no chão, urinado, cheirando mal, e agora consciente, podia refletir sobre sua própria conduta e, assim, começar a desejar e a escolher uma melhor conduta.

Finalmente, vamos pensar que mesmo assim a pessoa-cacto continue afinetando você, ainda que  você esteja praticando o desligamento com amor. Que fazer? Um quarto passo é explicar que você precisará sair do ambiente se ela continuar a espetar. Alguém disse: “Ter vizinhos é bom, mas coloque sua cerca.” Às vezes esta cerca tem que ser colocada dentro de casa, não para afastar as pessoas, mas para proteger de abusos de pessoas-cacto que não desejam melhorar.


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10 comentários:

  1. Muito boa, adorei e se a cerca for elétrica nos protegerá mais um pouco, pois como temos cactos espalhados por ai.
    Obrigado amiga, muito boa lição.
    Postei algo semelhante hoje, estamos afinados.
    Abraços forte

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  2. Nossa nunca tinha pensado nisso pessoa cacto...realmente sao pessoas machucadas cheio de espinhos,eu era assim!!! Jesus me libertou!!! passei a olhar as pessoas com olhos de amor...gostei muito do seu blog um beijoo

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  3. Pastora Irismar, temos um entrevistado abençoado la no blog. (Pr Guedes), faça sua pergunta e participe. A próxima será vc. Bjs!

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  4. Principe,rsrsrsrsrsrsr,amigo essa da cerca elétrica!! São dicas muitos boas para mantermos relacionamentos sem nos desgastar. Obrigada e uma boa tarde!!!

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  5. Oi daniela, obrigada por sua visita!! Pois é essas pessoas existem e tem muitas e muiot perto de nós, fico feliz quando vc disse Jesus me libertou que benção !! A melhor coisa que existe é sermos LIVRES, só assim poderemos conviver com todo tipo de pessoas. Uma boa noite

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  6. Rô, muito obrigada por sua visita e pelo convite.

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  7. É a mais pura verdade....lidamos com elas o tempo todo, verdade é que já fomos assim um dia, mas sabemos em Cristo há libertação!!!

    Tem promoção no Blog. Te convido a participar.
    http://meamouprimeiro.blogspot.com
    Aguardo sua visita. Beijos pastora.

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  8. Por vezes eu ja lidei com pessoas assim e ate ja fui assim também...Pra ser sincera existem momentos em que ja não se aguenta mais essas atitudes,e quando o nosso limite chega ao fim nós acabamos por ser mal educados com essas pessoas e é justamente antes de se chegar a esse ponto que eu prefiro fazer como foi falado : Conversar com o cacto e expor nossos sentimentos,falar o que estamos sentindo mas sem atacar e ferir, do contrario estaríamos também nos tornado cacto!
    As vezes as pessoas se tornam assim por algo que aconteceu no passado e ainda não foi quebrado e quem pode quebrar estes grilhões é somente Jesus e se alguém esta assim nós temos a obrigação de ajudar pois quando Jesus morreu na Cruz ele não pensou se Você era um cacto mas derramou o sangue pra que hoje eu e Você estivéssemos aqui ajudando uns aos outros na caminhada da fé!Bom dia.

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  9. Oi Elizandra!!! Que bom receber sua visita. Um bom dia.

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  10. Oi Daiane!! Uma coisa que precisamo entender é que mesmo sendo inimigos de DEus Ele nos amou, se partimos desse principio ´poderemos entender essa verdade.Um bom dia, minha amada.

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